quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Sítio Arqueológico Lajeiro do Escrivão


Há mais ou menos 40 mil anos seres humanos primitivos transformaram tetos e paredes de rocha, dentro ou fora de cavernas, em grandes telas e incomuns diários onde registraram alguns aspectos de sua vida. Utilizando gorduras, sangue e saliva, ceras e resinas, clara e gema de ovos, carvão e argila, usando pelos, plumas e pedras nossos antepassados desenharam e deixaram para nós um pouco de sua história. Os animais, a caça, as lutas, as danças e outros registros do dia a dia foram deixados como informação e herança.

São João do Sóter soma-se ao conjunto de privilegiados lugares do Brasil e do mundo que receberam esse legado dos humanos pré-históricos. Distante cerca de dois quilômetros do centro da cidade, nas imediações do povoado Redondo, localiza-se o Lajeiro do Escrivão, área de formações rochosas onde estão gravadas inscrições pré-históricas cujos símbolos ainda não foram explicados.



Em termos de estudo das gravuras, uma equipe científica, sob a liderança do arqueólogo Deusdédit Carneiro Leite Filho, visitou o Lajeiro do Escrivão em 2010. Deusdédit Leite Filho é diretor do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, órgão do Governo do Maranhão e desenvolve pesquisas em parceria com a Universidade Federal do Maranhão e o Museu Paraense Emílio Goeldi. As pesquisas foram retomadas em 2017 e novos estudos vêm sendo realizados.

O Lajeiro do Escrivão, de São João do Sóter, detém uma exclusividade: até agora, no Maranhão, é o único sítio arqueológico conhecido onde existem vestígios de pintura nos sulcos das gravuras. E se isso traz um aspecto particular e excepcional, por outro lado impõe uma responsabilidade: a de lutar-se pela preservação e correta exploração do local, nas três esferas de Governo (União, Estado e Município) e o zelo por parte da população sotense.

SAIBA MAIS - A arte rupestre (ou registros rupestres) é formada de pinturas e gravuras ou inscrições. As pinturas são desenhos ou grafismos feitos diretamente sobre a rocha e as gravuras são feitas insculpindo-se ou entalhando-se na rocha, com marcas escavadas na superfície do rochedo.


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